Direitos de imagem: @oticaopalacio @jfsvictor
🇵🇹 Também conhecido por Palacete Rocha Vellozo, Palácio Senhora-a-Branca ou Casa do Brasileiro, o Palacete Matos Graça localiza-se na freguesia de S. Vitor, no gaveto da Avenida 31 de Janeiro com o largo da Senhora-a-Branca. É um dos edifícios mais interessantes em Braga, de finais do Séc. XIX (data de 1886), tendo sido construído a mando de Manuel Rocha Vellozo, um “torna-viagem”, que foi para o Brasil, fez fortuna e regressou a Portugal.
Diz-se que queria fazer uma casa vistosa, mais alta do que a do patrão – Rocha Vellozo era, originalmente, empregado comercial – pelo que mandou cobrir a parte superior com uma balaustrada de granito e uma espécie de frontão, com motivos esculpidos e vasos nas laterais, de modo a ultrapassar a altura da casa do antigo empregador.
O Palacete é constituído por dois andares. A fachada principal apresenta elementos decorativos esculpidos na porta de pedra e nas janelas, representando a típica arquitetura portuguesa da época. Já o interior era marcado por uma magnífica escadaria, que terminava num corredor onde se distribuem as principais divisões da casa. Possuía uma abóbada com estuques decorados, suportada por colunas caneladas e capitéis coríntios em madeira, pinturas murais com motivos flamengos e datas e monumentos evocativos da História de Portugal, assinadas pelo artista bracarense Vicente José da Silva, conhecido por se inspirar nas obras de Vernier.
Aos 41 anos, Rocha Vellozo casaria por preocupação com uma prima de 17 anos, Maria Amélia de Rocha Vellozo, natural de S.Paio de Merelim. Do matrimónio, resultou uma única filha, Mariana da Rocha Vellozo, a 19 de setembro de 1886 que, no início do século XX, casou com José Luís de Matos Graça, o qual acabou por dar o nome ao Palacete.
Mais tarde, o edifício serviu de centro de saúde dando, depois, lugar, a apartamentos e a uma zona comercial no piso térreo – uma mudança que gerou grande indignação e contestação na cidade. No ano 2000, as obras de arquitectura, escultura e pintura parietal, foram totalmente destruídas aquando da requalificação do imóvel, configurando, na opinião de vários munícipes “um caso de fachadismo patrimonial”. A casa estava num estado razoável de conservação, mas todas as madeiras exóticas, estuques e pinturas foram destruídas. A opção foi deixar apenas a fachada principal e, atrás, simular a existência de uma ruína, que nunca existiu.
Da construção original, resta apenas o hall de entrada, a imponente fachada norte, parte da fachada poente e uma pequena secção da fachada nascente. Atualmente, sobressai no edifício a charmosa “Ótica O Palácio”, inserida logo à entrada do Palacete.




🇬🇧 Also known as Palacete Rocha Vellozo, Palácio Senhora-a-Branca or Casa do Brasileiro, the Palacete Matos Graça is located in the parish of S. Vitor, on the corner of Avenida 31 de Janeiro and Largo da Senhora-a-Branca. It is one of the most interesting buildings in Braga, from the end of the 19th century (dating from 1886), having been built at the behest of Manuel Rocha Vellozo, a “turn-travel”, who went to Brazil, made a fortune and returned to Portugal.
It is said that he wanted to make a showy house, taller than the boss’s – Rocha Vellozo was originally a commercial employee – so he had the upper part covered with a granite balustrade and a kind of pediment, with sculpted motifs and vases on the sides, so as to exceed the height of the former employer’s house.
The Palacete consists of two floors. The main façade has decorative elements carved into the stone door and windows, representing the typical Portuguese architecture of the time. The interior was marked by a magnificent staircase, which ended in a corridor where the main rooms of the house are distributed. It had a vault with decorated stucco, supported by fluted columns and Corinthian capitals in wood, murals with Flemish motifs and dates and monuments evocative of the History of Portugal, signed by the artist from Braga, Vicente José da Silva, known for being inspired by the works of Vernier.
At the age of 41, concerned, Rocha Vellozo would marry a 17-year-old cousin, Maria Amélia de Rocha Vellozo, born in S.Paio de Merelim. The marriage resulted in an only daughter, Mariana da Rocha Vellozo, on September 19, 1886 that, at the beginning of the 20th century, married José Luís de Matos Graça, who ended up giving the name to the Palace.
Later, the building served as a health center, later giving way to apartments and a commercial area on the ground floor – a change that generated great indignation and contestation in the city. In the year 2000, the works of architecture, sculpture and wall painting were totally destroyed, when the property was requalified, configuring, in the opinion of several citizens, “a case of patrimonial facade”. The house was in a fair state of repair, but all the exotic woods, stucco and paint were destroyed. The option was to leave only the main facade and, behind, to simulate the existence of a ruin, which never existed.
Of the original construction, only the entrance hall, the imposing north façade, part of the west façade and a small section of the east façade remain. Currently, the charming “Optica O Palácio” stands out in the building, located right at the entrance of the Palace.
Deixe uma Resposta