Convento Franciscano de Montariol

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🇵🇹 A história do Convento de Montariol remonta a 1562, quando a propriedade foi comprada pela Companhia de Jesus, para aí construir a sua Casa de Formação. Depois da Expulsão dos Jesuítas de Portugal, decretada pelo Marquês de Pombal em 1759, a casa foi vendida, mantendo-se na família do Visconde de Montariol até 1890. Nesse mesmo ano, foi comprada em hasta pública pelos Franciscanos, que aí instituíram um Colégio e um Seminário. Para isso, renovaram a igreja e restantes instalações. Contruiram, também, um pavilhão, entre a antiga casa dos Jesuítas e a igreja, para estudantes de Filosofia e Teologia.

Antes de 1910 os Franciscanos de Montariol fundaram quatro publicações periódicas: a Voz de Santo António, o Almanaque de Santo António – o mais antigo almanaque português do género -, Estampas Piedosas e o Boletim Mensal das Famílias Católicas.

A Congregação Franciscana manteve-se aqui até 1911, ano em que, pela Lei da Separação de Abril, tiveram que abandonar o Convento. Este passou para a posse do Estado, que ali instalou um Regimento de Cavalaria. Muito do recheio do Convento foi sendo destruído pelos militares aquartelados em Montariol desde 1911 a 1913. Sabe-se, por exemplo, que muitos livros e os tubos do célebre órgão foram vendidos pelos soldados. Contudo, pela Concordata de 1940 entre a Santa Sé e o Estado Português, todo o conjunto foi devolvido à Igreja e de novo se instalou no Convento a Ordem Franciscana.

Depois de 12 anos de abandono, só se aproveitou a igreja e os aposentos anexos. Foi aí que se instalou o Preparatório. Fizeram-se várias adaptações no corpo da igreja, no coro e nas dependências anexas, local onde se albergaram os seminaristas a partir de outubro de 1928. A título de curiosidade, quando, em 1928, o Colégio de Montariol abriu, começou a ser frequentado por 126 alunos. Entre 1946 e 1948 construiu-se o grande escadório em frente da igreja.

Quando no princípio dos anos oitenta Montariol foi encerrado como casa de estudo, passou a receber grupos de reflexão e retiros. No início dos anos 2000 a igreja foi remodelada, tendo sito totalmente pintada e colocadas novas janelas. No interior, foram recuperados os altares, o guarda-vento, a parte do presbitério, o teto da capela-mor e do corpo da igreja, o coro alto e o órgão de tubos. Já no altar mor foi colocada uma imagem de Cristo em madeira com cerca de cinco metros.

A fachada austera ostenta as armas da Ordem de São Francisco e o seu interior tem vários altares decorados com talha trabalhada, num estilo Neo-clássico tardio.

Do recheio da igreja ainda existem elementos anteriores a 1910: do órgão existem dois anjos, agora à entrada da capela-mor; o altar-mor de mármore e quatro imagens: as do Sagrado Coração de Jesus e de S. Francisco (datadas de 1904 e 1906), a de Santo António (esculpida em 1897) e a da Imaculada Conceição. Do período Jesuíta resta apenas o portão de pedra ao fundo do escadório, datado de 1698 e encimado pelas armas da Companhia de Jesus (JHS), parte do muro que vai daí até à tipografia e algumas árvores vindas do Japão, como japoneiras e camélias.

Na Quinta de Montariol existe hoje, também, uma casa para acolhimento de doentes terminais ou de cuidados continuados, construída com apoio estatal.

Na quadra natalícia, a Igreja de Montariol acolhe o mais antigo presépio movimentado da cidade de Braga – o primeiro foi obra do Frei Manuel Marinho, em 1926. A sua montagem, bem como conservação do espólio, está confiada, desde 1993, ao Agrupamento n.º 660 de Montariol, do Corpo Nacional de Escutas (CNE).

Muitas são as pessoas que procuram visualizar este projeto que perdura no tempo, atravessando gerações. O presépio tem por base a representação da vida das cidades, no tempo de Jesus, mostrando figuras esculpidas na madeira e vestidas de acordo com a época. Assim, podem observar-se vários profissionais em movimento, como o serralheiro, o padeiro, o carpinteiro e as tarefas agrícolas como a colheita do trigo, a apanha da azeitona, a ceifa, entre outras.

O Presépio de Montariol é movido através de um complexo sistema de roldanas e cintas, mediante a introdução de uma moeda.

🇬🇧 The history of the Convento de Montariol dates back to 1562, when the property was purchased by the Society of Jesus to build their Formation House there. After the expulsion of the Jesuits from Portugal, decreed by the Marquês de Pombal in 1759, the house was sold, remaining in the Viscount de Montariol’s family until 1890. In that same year, it was purchased at public auction by the Franciscans, who established a College and a Seminar there. For this, they renovated the church and other facilities. They also built a pavilion, between the old Jesuit house and the church, for students of Philosophy and Theology.

Before 1910, the Franciscans of Montariol founded four periodicals: Voz de Santo António, Almanaque de Santo António – the oldest Portuguese almanac of its kind -, Estampas Piedosas and the Monthly Bulletin of Catholic Families.

The Franciscan Congregation remained here until 1911, the year in which, by the April Separation Law, they had to leave the Convent. This passed into the possession of the State, which installed a Cavalry Regiment there. Much of the Convent’s contents were destroyed by the military stationed in Montariol from 1911 to 1913. It is known, for example, that many books and the tubes of the famous organ were sold by the soldiers. However, by the Concordat of 1940 between the Santa Sé and the Portuguese State, the entire set was returned to the Church and the Franciscan Order was once again installed in the Convent.

After 12 years of abandonment, only the church and the adjoining rooms were used. It was there that the Preparatory was installed. Several adaptations were made to the body of the church, the choir and the annexes, where the seminarians were housed from October 1928. As a curiosity, when, in 1928, the College of Montariol opened, it began to be attended by by 126 students. Between 1946 and 1948 the grand staircase was built in front of the church.

When Montariol was closed down as a study house in the early 1980s, it began to host reflection groups and retreats. In the early 2000s the church was remodeled, having been completely painted and new windows placed. Inside, the altars, the windshield, part of the presbytery, the ceiling of the chancel and the body of the church, the high choir and the pipe organ were recovered. On the high altar, an image of Christ in wood measuring about five meters was placed.

The austere façade bears the coat of arms of the Order of Saint Francis and its interior has several altars decorated with carved carvings in a late Neo-Classical style.

The church’s contents still contain elements from before 1910: from the organ there are two angels, now at the entrance to the chancel; the marble high altar and four images: those of the Sacred Heart of Jesus and St. Francis (dated 1904 and 1906); that of Santo António (sculpted in 1897) and that of the Immaculate Conception. From the Jesuit period, only the stone gate at the bottom of the staircase remains, dating from 1698 and surmounted by the coat of arms of the Society of Jesus (JHS), part of the wall that goes from there to the typography and some trees from Japan, such as japoneiras and camellias.

At Quinta de Montariol there is also today a house for the reception of terminally ill patients or those in continued care, built with state support.

During the Christmas season, the Church of Montariol houses the oldest lively nativity scene in the city of Braga – the first one was a work of Friar Manuel Marinho, in 1926. Its assembly, as well as the conservation of the estate, has been entrusted to the Grouping n.º 660 of Montariol, of the National Body of Scouts (CNE).

Many are the people who seek to visualize this project that lasts in time, crossing generations. The crib is based on the representation of the life of the cities, in the time of Jesus, showing figures carved in wood and dressed according to the time. Thus, several professionals can be observed on the move, such as the locksmith, the baker, the carpenter and the agricultural tasks such as harvesting wheat, picking olives, harvesting, among others.

The Montariol Nativity Scene is moved through a complex system of pulleys and belts, through the introduction of a coin.

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