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Biblioteca Pública de Braga – UMinho

🇵🇹 Celebram-se, em 2022, 181 anos da criação da Biblioteca Pública de Braga, uma das primeiras da modernidade em Portugal. Embora tenha sido inicialmente instalada numa das dependências do extinto Convento dos Congregados, na Avenida Central, hoje ocupa o primitivo Paço dos Arcebispos, localizado entre o Jardim de Santa Bárbara e a Câmara Municipal.

A Biblioteca foi criada em 1841, por carta de lei da Rainha D. Maria II, que contava com o incentivo do erudito Rodrigues de Abreu e o apoio de Almeida Garrett e Alexandre Herculano. A instituição surge numa altura em que a legislação já previa a criação de bibliotecas nas capitais de distrito para recolher e salvaguardar os livros dos Conventos que, depois de, em 1834, ser publicado um decreto que extinguia as ordens religiosas, ficaram “despovoados” e sujeitos a todo o tipo de apropriações indevidas.

Desta forma, as primeiras obras da BPB pertenciam aos conventos do Carmo, Falperra, S. Frutuoso, Pópulo e Tibães (Braga); Rendufe e Bouro (Amares); Franqueira, S. Francisco, S. Salvador de Palme e Vilar de Frades (Barcelos); Arnoia (Celorico de Basto); Refojos e Colégio S. Bento (Cabeceiras de Basto); e S. António dos Capuchos, Casa da Cruz, Costa, S. Domingos e S. Francisco (Guimarães).

O primeiro bibliotecário da BPB, Manuel Rodrigues da Silva Abreu, foi nomeado por indicação de Almeida Garrett, de quem era amigo e correligionário no exílio. Amante de livros, bibliófilo e bibliógrafo, interessado pela ciência das bibliotecas, onde chega a editar publicações de caráter técnico, Manuel Abreu vai ter um papel absolutamente decisivo na fundação da Biblioteca. Porém, os primeiros tempos de existência não foram tranquilos para este profissional, pelo contrário, os seus dias eram preenchidos por permanentes conflitos. Alberto Feio, no Boletim da Biblioteca Pública e do Arquivo Distrital de Braga, narrou, de forma precisa, os problemas diários do bibliotecário nestes primeiros e conturbados tempos: ter os soldados de um lado para o outro, chegar de manhã e encontrar portas arrombadas porque lhe foram tirar livros para fazer fogueiras ou para calçar uma mesa, etc. Assim, neste período desapareceram algumas obras valiosas que integravam o seu fundo documental.

A transferência da Biblioteca Pública de Braga para o antigo Paço Arquiepiscopal concretizou-se em 1934. Para que tal fosse possível, foi necessário adaptar as ruínas do palácio do arcebispo D. José de Bragança – destruído por um incêndio em 1866 -, para aí ser instalada a Biblioteca Pública e o Arquivo Distrital (criado em 1917). As obras de renovação do antigo Paço Arquiepiscopal decorreram até 1950, estendendo-se a Biblioteca para espaços como o Salão Medieval e o Salão Nobre.

O antigo Paço dos Arcebispos é formado por três módulos diferentes que se orientam para um pátio aberto. O mais antigo é virado a norte e remontará ao século XIV, à época do arcebispo D. Gonçalo Pereira. Virado a sul, o Largo do Paço possui uma antiga galeria construída em 1593 pelo arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus e Castro, ala que seria modificada e acrescentada por D. Manuel de Sousa e D. Rodrigo de Moura Teles (1709). Para legitimar a sua obra, todos eles deixaram o respetivo brasão. No centro desta área construída em “U” está o formoso Chafariz dos Castelos, empreendimento de D. Rodrigo de Moura Teles, edificado em 1723. Já a longa fachada virada para fora, no lado poente, é uma aparatosa e imponente conceção do barroco nortenho, realizada em 1751 com o patrocínio do arcebispo D. José de Bragança.

No interior, são várias as dependências que se podem destacar, quer pela sua beleza formal, quer pelo importante espólio bibliográfico. Um dos espaços dignos de destaque é a Sala de Leitura, com um elegante teto artesoado de madeira de castanho. Na ala nascente localiza-se a sala da primitiva Capela-mor do Paço, coberta por uma abóbada de berço de pedra. Aqui encontra-se um grandioso arcaz de madeira, onde estão arquivados os maiores tesouros da biblioteca bracarense – manuscritos iluminados, cartulários, livros de hora e missais. O mais amplo dos espaços do antigo Paço dos Arcebispos situa-se no rés-do-chão. Utilizado como sala de concertos para diversos eventos musicais, este salão conta com paredes imensas de granito e um notável e comprido teto de madeira, de excelentes condições acústicas.

A Biblioteca Pública de Braga foi integrada na Universidade do Minho pelo Decreto-Lei nº 402/73, de 11 de agosto, que cria esta instituição do ensino superior. Atualmente é uma unidade cultural da Universidade. Detentora de um valioso património bibliográfico, possui mais de 400.000 volumes (monografias) e cerca de 27.000 títulos de publicações periódicas, espalhadas pelos diversos salões e sala de leitura.

A BPB já desempenhou, ao longo da sua história, várias funções: primeiro funcionou como uma biblioteca de conservação e, depois, como biblioteca “erudita” e agente da dinamização cultural; mais tarde, foi biblioteca universitária (no início da UMinho), biblioteca de leitura pública e, agora, é uma biblioteca patrimonial de investigação, preservação e conservação. Todos estes papéis foram desempenhados com competência e dedicação, que geraram reputação, prestígio e credibilidade que, por sua vez, se refletiram em várias distinções ao longo dos tempos.

A Biblioteca está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.

Direitos de imagem: @universidade_do_minho @bibliotecas_uminho

🇬🇧 2022 marks the 181st anniversary of the creation of the Biblioteca Pública de Braga (Braga’s Public Library), one of the first of modernity in Portugal. Although it was initially installed in one of the dependencies of the extinct Convento dos Congregados, on Avenida Central, today it occupies the primitive Palace of the Archbishops, located between the Jardim de Santa Bárbara and the City Hall.

The Library was created in 1841, by letter of law from Queen D. Maria II, which had the encouragement of the erudite Rodrigues de Abreu and the support of Almeida Garrett and Alexandre Herculano. The institution arises at a time when legislation already provided for the creation of libraries in district capitals to collect and safeguard the books of the Convents that, after a decree published in 1834 that extinguished religious orders, were “depopulated” and subject to all types of misappropriation.

Thus, the first books of BPB belonged to the convents of Carmo, Falperra, S. Frutuoso, Pópulo and Tibães (Braga); Rendufe and Bouro (Amares); Franqueira, S. Francisco, S. Salvador de Palme and Vilar de Frades (Barcelos); Arnoia (Celorico de Basto); Refojos and Colégio S. Bento (Cabeceiras de Basto); and S. António dos Capuchos, Casa da Cruz, Costa, S. Domingos and S. Francisco (Guimarães).

The first BPB librarian, Manuel Rodrigues da Silva Abreu, was appointed on the recommendation of Almeida Garrett, of whom he was a friend and co-religionist in exile. Lover of books, bibliophile and bibliographer, interested in the science of libraries, where he even edits publications of a technical nature, Manuel Abreu will play an absolutely decisive role in the founding of the Library. However, the early days of existence were not peaceful for this professional, on the contrary, his days were filled with permanent conflicts. Alberto Feio, in the Bulletin of the Public Library and the District Archive of Braga, narrated, in a precise way, the daily problems of the librarian in these early and troubled times: having soldiers from one side to the other, arriving in the morning and finding doors broken down because books were taken from him to make fires or to set a table, etc. Thus, in this period, some valuable works that were part of its documentary background disappeared.

The transfer of the Biblioteca Pública de Braga to the former Archbishop’s Palace took place in 1934. To make this possible, it was necessary to adapt the ruins of the palace of Archbishop José de Bragança – destroyed by fire in 1866 – to be the Public Library and the District Archive (created in 1917) were installed. The renovation works of the former Archiepiscopal Palace took place until 1950, extending the Library to spaces such as the Medieval Hall and the Noble Hall.

The former Archbishop’s Palace is made up of three different modules that face an open courtyard. The oldest is facing north and dates back to the 14th century, at the time of Archbishop D. Gonçalo Pereira. Facing south, Largo do Paço has an old gallery built in 1593 by Archbishop D. Frei Agostinho de Jesus e Castro, a wing that would be modified and added by D. Manuel de Sousa and D. Rodrigo de Moura Teles (1709). To legitimize their work, they all left their coat of arms. In the center of this “U”-shaped area is the beautiful Chafariz dos Castelos, a development by D. Rodrigo de Moura Teles, built in 1723. The long facade facing outwards, on the west side, is an impressive and impressive design of the northern baroque, held in 1751 with the patronage of Archbishop D. José de Bragança.

Inside, there are several outbuildings that can be highlighted, either for their formal beauty or for the important bibliographic collection. One of the noteworthy spaces is the Reading Room, with an elegant coffered ceiling made of chestnut wood. In the east wing is located the room of the primitive chancel do Paço, covered by a stone barrel vault. Here is a grandiose wooden chest, where the greatest treasures of Braga’s Library are stored – illuminated manuscripts, cartularies, hour books and missals. The largest of the spaces in the former Archbishop’s Palace is located on the ground floor. Used as a concert hall for various musical events, this room has immense granite walls and a remarkable long wooden ceiling, with excellent acoustic conditions.

The Biblioteca Pública de Braga was integrated into the University of Minho by Decree-Law nº 402/73, of 11 August, which creates this higher education institution. It is currently a cultural unit of the University. Holder of a valuable bibliographic heritage, it has more than 400,000 volumes (monographs) and about 27,000 titles of periodicals, spread across the different halls and reading room.

The BPB has already played, throughout its history, several functions: first it functioned as a conservation Library and, later, as an “erudite” Library and agent of cultural dynamism; later, it was a university Library (in the beginning of UMinho), a public reading Library and, now, it is a heritage Library for research, preservation and conservation. All these roles were performed with competence and dedication, which generated reputation, prestige and credibility which, in turn, were reflected in several distinctions over time.

The Library is open to the public from Monday to Friday, from 9:00 am to 12:30 pm, and from 2:00 pm to 5:30 pm.

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