🇵🇹 O Santuário de Nossa Senhora do Alívio é um dos mais conhecidos e procurados centros de peregrinação de Portugal, atraindo, todos os anos, milhares de visitantes nacionais e internacionais à freguesia de Soutelo (município de Vila Verde, distrito de Braga). A maior afluência é, contudo, registada no segundo e terceiro domingo de setembro, por altura das grandes romarias em Honra de Nossa Senhora do Alívio.
A sua construção original foi terminada no ano de 1798, e deve-se ao pároco local, o Padre Xavier Frágoas, que pretendia prestar o seu agradecimento à Virgem por o ter salvado de uma doença. A inauguração do espaço, a 7 de setembro do mesmo ano, mereceu a bênção do então Arcebispo de Braga, D. Frei Caetano Brandão, bem como a presença de várias dignidades eclesiais e civis e de uma grande multidão de cidadão.
Contudo, o aumento exponencial do número de devotos e do fervor religioso em torno da Senhora do Alívio motivaram a construção de um templo maior. O lançamento e a bênção da primeira pedra tiveram lugar no dia 25 de julho de 1872, numa cerimónia presidida pelo arcebispo primaz D. José Joaquim de Azevedo e Moura, acompanhado de alguns membros do Cabido. Só passados quase 100 anos o Santuário ficou concluído.
Arquitetonicamente, a igreja é ladeada por duas torres sineiras e tem um frontão triangular encimado pela imagem da Virgem com o Menino. O interior tem planta em cruz latina e nave única longa, com cobertura em abóboda de berço. Caracteriza-se pela existência de seis pilares, que sustêm os arcos que, por sua vez, estruturam o teto.
Um dos grandes atrativos do local é a Casa das Estampas (vulgarmente conhecida como Casa das Promessas), onde é possível ver, entre uma imensidão de oferendas obtidas por intercessão de Nossa Senhora do Alívio, três peles de jiboias.
Reza a lenda que, no ano de 1818, um português emigrado no Brasil se encontrava a cortar madeira, quando se sentou naquilo que lhe parecia um tronco, para recuperar da fadiga. Quando o tronco, mais escorregadio e viscoso que a madeira circundante, se começou a mover, o emigrante português apercebeu-se que se tratava de uma cobra – uma jiboia com alguns metros de comprimento. Na hora de aflição, pediu a Nossa Senhora do Alívio que lhe desse forças para derrotar o animal e, após uma dura luta, conseguiu matá-lo, apenas com a faca de mato que trazia à cintura. Como agradecimento à divindade por ter atendido as suas preces, enviou a pele da jiboia para o Santuário do Alívio. Desde então, chegaram ao Santuário mais peles de cobra e outros objetos, relativos a momentos onde portugueses contaram com a ajuda da Nossa Senhora do Alívio para enfrentarem situações de grande adversidade, com especial incidência no período da Guerra do Ultramar.
Nas traseiras do Santuário do Alívio podemos encontrar um Fontanário, datado de 1813 que, além de embelezar o espaço, disponibiliza água potável a quem passa por ali. Localizado na lateral do Santuário, densamente arborizada, o parque de merendas garante sombras aos peregrinos.
Após a visita ao Santuário, não deixe de fazer uma paragem em Vila Verde e conhecer o melhor da vila berço do lenço dos namorados. Faça uma paragem no restaurante Torres e deguste receitas tipicamente minhotas, como o Arroz de Cabidela ou o Cabritinho Bebé Assado no Forno. Para terminar, delicie-se com uma fatia de Pudim Abade de Priscos.








Direitos de imagem: @municipio.vilaverde; J. F. Soutelo
🇬🇧 The Sanctuary of Nossa Senhora do Alívio is one of the best known and most sought after pilgrimage centers in Portugal, attracting thousands of national and international visitors to the parish of Soutelo (municipality of Vila Verde, district of Braga) every year. The highest turnout is, however, recorded on the second and third Sunday of September, during the great pilgrimages in Honor of Nossa Senhora do Alívio.
Its original construction was completed in 1798, and is due to the local parish priest, Father Xavier Frágoas, who wanted to thank the Virgin for saving him from an illness. The inauguration of the space, on September 7 of the same year, was blessed by the then Archbishop of Braga, D. Frei Caetano Brandão, as well as the presence of various ecclesial and civil dignitaries and a large crowd of civilians.
However, the exponential increase in the number of devotees and the religious fervor around Senhora do Alívio motivated the construction of a larger temple. The laying and blessing of the first stone took place on July 25, 1872, in a ceremony presided over by the archbishop D. José Joaquim de Azevedo e Moura, accompanied by some members of the Cabido. The Sanctuary was completed only after almost 100 years.
Architecturally, the church is flanked by two bell towers and has a triangular pediment surmounted by the image of the Virgin and Child. The interior has a Latin cross plan and a single long nave, with a barrel vault covering. It is characterized by the existence of six pillars, which support the arches that, in turn, structure the roof.
One of the great attractions of the place is the Casa das Estampas (commonly known as Casa das Promessas), where it is possible to see, among an immensity of gifts obtained through the intercession of Nossa Senhora do Alívio, three skins of boa constrictors.
The legend says that, in 1818, a Portuguese who emigrated to Brazil was cutting wood, when he sat down on what looked like a trunk, to recover from fatigue. When the trunk, more slippery and viscous than the surrounding wood, began to move, the Portuguese emigrant realized that it was a snake – a boa with a few meters in length. In the hour of distress, he asked Nossa Senhora do Alívio to give him the strength to defeat the animal and, after a hard struggle, he managed to kill it only with the machete he carried at his waist. As a thank you to the deity for answering his prayers, he sent the boa constrictor skin to the Santuário do Alívio. Since then, more snake skins and other objects have arrived at the Sanctuary, referring to moments when Portuguese relied on the help of Nossa Senhora do Alívio to face situations of great adversity, especially during the Ultramar War.
Behind the Santuário do Alívio we can find a fountain, dating from 1813, which, in addition to beautifying the space, provides drinking water to those who pass by. Located on the side of the Sanctuary, densely wooded, the picnic area provides shade for pilgrims.
After visiting the Sanctuary, stop in Vila Verde and discover the best of the cradle of the Valentine’s scarf village. Go to the Torres restaurant and taste typical Minho recipes, such as Arroz de Cabidela or Cabritinho Bebé Assado no Forno. Finally, enjoy a slice of Pudim Abade de Priscos.
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